Pós-graduação: cenários e desafios no Brasil

PUBLICADO EM 29 Fev 2024

A última edição do Educação em Foco, mergulhamos no universo da pós-graduação brasileira, explorando seu papel não apenas na formação de pesquisadores, mas também como um alicerce para o avanço tecnológico e social.

A pós-graduação no Brasil não se limita ao conhecimento acadêmico convencional, é um espaço onde ideias inovadoras são fomentadas, tornando-se catalisadoras de progresso e inovação.

Em 2022, segundo dados da Geocapes, o país registrou 325.311 estudantes matriculados em programas de pós-graduação stricto sensu, divididos em 192.249 (59,1%) em mestrado e 133.062 (40,9%) em doutorado. Em paralelo ao cenário stricto sensu, o segmento lato sensu, em 2022, registrou 1.409.515 alunos matriculados em cursos de especialização em 2022, conforme indicam os dados complementares do Instituto Semesp e do IBGE.

Nos últimos oito anos, o número de cursos aprovados pela Capes aumentou significativamente, com um crescimento médio anual próximo a 9%. Esta evolução é acompanhada por uma transformação no modo como a educação superior é oferecida e acessada, especialmente com o avanço impressionante do ensino a distância (EAD).

Cabe ainda ressaltar, que a pós-graduação desempenha um importante papel não apenas no avanço científico, mas também como um motor para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico. Através da pesquisa, profissionais e acadêmicos são capacitados para contribuir em diversas áreas, desde a inovação tecnológica até a formulação de políticas públicas contribuindo para o desenvolvimento científico, o aprimoramento do capital humano, com reflexos no potencial salarial dos indivíduos.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), a pós-graduação tem um reflexo direto no aumento do potencial salarial. Um profissional no Brasil que seja apenas graduado tem um salário médio de R$ 1.860,00, mas após a conclusão de um curso de pós-graduação, esse número salta para uma média de R$ 4.634. Mesmo na especialização, que representa o nível superior com o menor salário quando comparado ao mestrado e doutorado, a diferença salarial para um profissional apenas graduado é de R$ 2.774. Esse incremento é ainda mais expressivo para os níveis mais avançados de formação: com um mestrado, a renda média sobe para R$ 5.645, e com um doutorado, atinge R$ 6.605.

Apesar disso, a pós-graduação no Brasil enfrenta desafios significativos. As dificuldades no acesso, permanência e conclusão dos programas surgem como barreiras, refletindo desigualdades que afetam os contextos regionais e sociais. Ademais, a proporção de mestres e doutores na população do Brasil ainda é baixa, e a concentração de professores e instituições em grandes centros urbanos evidencia as limitações geográficas do sistema educacional.

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Boa leitura!

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Igor Machado Torres

Graduado em Ciências Econômicas, Mestre em Economia Aplicada e Doutorando em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atua como Especialista na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas.