Mercado de trabalho capixaba cria 3.424 empregos formais em outubro de 2023, impulsionado pelos saldos positivos nos cinco setores da economia

Os dados do Novo Caged referentes a outubro mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a abertura de 3.424 novas vagas. O resultado decorre da diferença entre os 41.141 admitidos e os 37.717 desligados. Pela primeira vez desde maio de 2023, o estado registrou saldo positivo em todos os cinco grandes setores da economia: Serviços (+1.403), Comércio (+1.259), Indústria (+503), Construção (+194) e Agropecuária (+65).

As novas vagas no mês de outubro geraram um estoque de 856.054 trabalhadores formais no estado, o que representa uma ampliação de 0,40% no estoque de postos formais em relação a setembro. Em relação a dezembro de 2022, o Espírito Santo ampliou seu estoque em 4,84%, sendo esta a maior variação entre os estados da região Sudeste e a 13ª maior entre os estados brasileiros.

Com o resultado positivo de outubro, o desempenho do mercado de trabalho formal capixaba posicionou o Espírito Santo na 14ª colocação entre os estados brasileiros na geração de novas vagas no mês. São Paulo (+69.442), Rio de Janeiro (+18.803) e Paraná (+14.945) foram os primeiros colocados no ranking. Já na outra extremidade, Rondônia (+404), Acre (+127) e Roraima (-115) foram os estados com os menores saldos líquidos no mês.

No acumulado do ano até outubro, o Espírito Santo registrou um saldo líquido de 39.496 novas vagas de empregos formais, fruto da diferença entre 432.704 admitidos e 393.208 desligados.

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 190.366 postos formais em outubro. No acumulado de 2023, houve abertura de 1.784.695 postos no país. Com as novas vagas, o estoque de empregos formais no Brasil atingiu 44,2 milhões, 4,2% a mais que o registrado em dezembro de 2022.

 

Resultados setoriais

As vagas criadas no Espírito Santo em outubro originaram-se do saldo positivo nos cinco grandes setores: Serviços (+1.403), Comércio (+1.259), Indústria (+503), Construção (+194) e Agropecuária (+65) que, depois de quatro meses consecutivos com resultados negativos, voltou a registrar saldo positivo em outubro.

O setor de Serviços (+1.403) liderou a criação de novas vagas com carteira assinada em outubro no Espírito Santo. O setor foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de transporte, armazenagem e correio (+728) e alojamento e alimentação (+204). No primeiro segmento, os serviços de transporte terrestre (+523) foram o destaque na criação de novas vagas. Já no segundo, destacaram-se as atividades relacionadas a alimentação, com 184 novos empregos formais criados em outubro.

Já o saldo do Comércio (+1.259), o segundo maior na criação de postos formais no mês, foi impulsionado pela atividade varejista, que registrou abertura de 909 vagas, pelo comércio de reparação de veículos automotores e motocicletas (+208) e pelo comércio atacadista (+142).

Por sua vez, a Indústria (+503) apresentou resultado positivo pelo segundo mês consecutivo. Em outubro, o setor foi impulsionado pela indústria de transformação, que registrou abertura de 444 empregos com carteira assinada. O segmento foi influenciado, sobretudo, pelas atividades de:

• Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+150);
• Fabricação de móveis (+104);
• Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+95).

Para o setor da Construção (+194), os destaques foram as obras de infraestrutura, com 204 novos postos e a construção de edifícios, com 104 novos empregos formais no mês. Em sentido oposto, o segmento de serviços especializados para construção registrou saldo negativo de -114 empregos formais em outubro. 

O setor da Agropecuária permaneceu impactado negativamente pelo fim do período de colheita do café – principal atividade agrícola do Espírito Santo –, reverberando resultados negativos desde junho. O cômputo de outubro (+65), apesar de modesto, marcou a recuperação do setor no estado e foi puxado pelas atividades de cultivo de café (+41), criação de aves (+34) e cultivo de mamão (+34).

Vale ressaltar que, no acumulado do ano até outubro, todos os cinco grandes setores da economia capixaba apresentaram saldos positivos na geração de postos formais de trabalho, em que os Serviços (+17.550) figuraram na primeira posição, seguidos pela Construção (+8.059), Comércio (+6.662), Indústria (+6.580), e Agropecuária (+650).

 

Municípios do ES

A análise municipal revelou um saldo positivo de postos formais em 56 dos 78 municípios (71,8%) capixabas em outubro de 2023. No mês, os municípios com maior geração de empregos foram: Vitória (+1.003), Serra (+483) e São Mateus (+453). Por outro lado, Cariacica (-105), Aracruz (-143) e Itapemirim (-244) registraram as maiores retrações no quantitativo mensal de empregos formais.

Pela ótica dos municípios com os maiores resultados positivos, Vitória (+502) e Serra (+588) foram impulsionados pelo setor de Serviços, enquanto São Mateus destacou-se pela Indústria (+288). Já os municípios com as maiores retrações, Cariacica (-306) foi negativamente impactada pelos Serviços, Aracruz (-264) pela Construção e Itapemirim (-205) pela Indústria.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

 

 

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.