Mercado de trabalho capixaba abre cerca de 4,6 mil vagas com carteira assinada em agosto de 2022

O ministério do Trabalho e Previdência divulgou nesta quinta-feira (29/09/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de agosto de 2022.

PUBLICADO EM 29 Set 2022

Os dados do Novo Caged para o Espírito Santo mostraram criação de 4.567 postos formais em agosto de 2022, consequência da movimentação entre 42.250 admitidos e 37.683 desligados.  

Com esse saldo, o mercado de trabalho formal capixaba registrou 37.051 novas vagas celetistas no acumulado de janeiro a agosto de 2022. Assim, o estoque de postos formais no estado totalizou 810.853 vínculos ativos em agosto, o que representa aumento de 0,57% frente a julho e de 4,79% em relação ao registrado no final de 2021.

Em agosto, todos os estados brasileiros registraram saldo positivo de vagas formais, com destaque para São Paulo (+74.973), Rio de Janeiro (+30.838) e Minas Gerais (+27.381). No total, o Brasil registrou a abertura de 278.639 vagas com carteira assinadano mês. No ano, o saldo de contração ficou positivo em 1.853.298 postos.

Análise setorial

Quatro dos cinco grandes setores de atividade econômica contribuíram para a criação de 4,6 mil vagas formais no Espírito Santo, em agosto. O setor de serviços segue criando mais vagas no estado, com abertura de 2.544 empregos celetistas no mês. Os setores da indústria (+1.497), comércio (+994) e construção (+606) também criaram vagas, enquanto a agropecuária encerrou postos no mês (-1.074).

A perda de vagas no setor agropecuário é justificada pelo fim do período de colheita de café no estado, uma vez que a atividade de cultivo do grão foi responsável pelo fechamento de 607 vagas celetista em junho.

O setor de serviços foi beneficiado, principalmente, pelas vagas abertas nas atividades administrativas e serviços complementares (+914), transporte, armazenamento e correio (+446) e atividades profissionais, científicas e técnicas (+408).

O setor industrial foi positivamente influenciado pelas atividades da indústria da transformação, que juntas criaram 1.385 novos postos de trabalho formal no mês. As atividades da indústria da transformação que se destacaram no mês foram manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+544), fabricação de produtos alimentícios (+337) e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+243).

Municípios dos ES

Na análise dos 25 municípios capixabas com mais de 25 mil habitantes, foi observado saldo positivo em 17 deles em agosto. Os municípios com o maior número de novas contratações foram Aracruz (+963), Vila Velha (+590), Vitória (+499) e Serra (+492). Em Aracruz, a construção foi o setor que mais gerou novos empregos, com 492 vagas. Nos demais municípios, o setor de serviços foi predominante na abertura de vagas, criando 364 postos em Vila Velha, 306 vagas em Vitória e 318 empregos formais em Serra. Já a indústria foi o segundo setor a contribuir com maior abertura de vagas nos municípios de Aracruz, Vila Velha e Vitória abrindo, respectivamente, 232, 184 e 142 vagas celetistas em agosto.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Graduado em economia pela UFES. Atua como analista de estudos e pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável pela execução de pesquisas primárias, criação e manipulação de bases de dados, e no auxílio em estudos econômicos-conjunturais.