ES registra criação de 4,4 mil vagas com carteira assinada em março

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou, na quinta-feira (27/04/2023), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de março de 2023.

PUBLICADO EM 27 Abr 2023

De acordo com os Dados do Novo Caged, foram abertas 195.171 vagas formais no Brasil em março, fruto da movimentação entre 2.168.418 admitidos e 1.973.247 desligados. Com as novas vagas, o país acumula criação de 526.173 vínculos no primeiro trimestre de 2023. No mês, os estados com o maior saldo de contratações foram: São Paulo (+50.768), Minas Gerais (+38.730) e Rio de Janeiro (+19.427).

O Espírito Santo foi o 11º estado com maior saldo líquido de postos celetistas ao registrar a abertura de 4.449 vagas em março. Esse resultado é a diferença entre os admitidos, que totalizaram 46.457, e os desligados, que somaram 42.008. No acumulado em 2023, o mercado de trabalho formal capixaba já soma 9.722 postos formais.

Após as novas contratações, o estoque de vínculos formais no Espírito Santo totalizou 826.280 empregos, o que representa um aumento de 0,54% em relação a fevereiro e de 1,19% frente ao estoque de dezembro de 2022. 

Análise setorial

Em março, a abertura de 4,4 mil empregos formais no Espírito Santo foi resultado da criação de vagas nos cinco grandes setores da economia capixaba. Serviços, mais uma vez, registrou a maior criação (+1.890), seguido por construção (+1.283), indústria (+974), comércio (+188) e agropecuária (+114).

No setor de serviços, as atividades que mais impulsionaram a criação de vagas foram transporte, armazenagem e correio (+933), educação (+398) e saúde humana e serviços sociais (+320).

A construção foi influenciada positivamente por obras de infraestrutura (+853), sobretudo, em montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas (+429) e construção de rodovias e ferrovias (+233).

O setor industrial foi muito impactado pela indústria da transformação, que registrou criação de 844 postos formais em março, com saldo positivo de empregos em 15 de suas 23 atividades. Os destaques foram as atividades de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+306), fabricação de produtos alimentícios (+227) e fabricação de produtos de metal (+202).

Na análise do acumulado nos três primeiros meses do ano, quatro dos cinco grandes setores de atividade econômica registraram abertura líquida de postos formais no Espírito Santo. Houve saldo positivo em: serviços (+5.447); construção (+3.219); indústria (+1.853) e agropecuária (+201). No entanto, houve fechamento líquido de vagas no comércio capixaba em 2023 (-998).

Municípios do ES

Entre os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, verificou-se que em 20 deles houve saldo positivo de empregos formais em março. Os maiores saldos foram observados em: Serra (+1.661), Cariacica (+701) e Linhares (+540).

Em Serra, as novas contratações se concentraram no setor da construção (+1.008), principalmente em obras de infraestrutura (+495). Em Cariacica, por sua vez, o setor de serviços foi responsável pela maior criação (+854). Já em Linhares, o comércio atacadista (+270) liderou a abertura de vagas no município.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Graduado em economia pela UFES. Atua como analista de estudos e pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável pela execução de pesquisas primárias, criação e manipulação de bases de dados, e no auxílio em estudos econômicos-conjunturais.