Produção industrial do ES tem queda de 15,7% no ano devido à retração das indústrias extrativas

A queda de produção das indústrias extrativas foi o principal fator para a contração de 15,7% do resultado da indústria geral do Espírito Santo e de 1,1% para o Brasil, acumulado de janeiro a dezembro de 2019. Além de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados, a produção capixaba de óleos brutos de petróleo e gás natural também pressionou negativamente o resultado das indústrias extrativas na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A indústria de transformação capixaba teve queda da produção no ano de 10,3%, principalmente por conta do impacto no setor de celulose (-35,8%) do acúmulo de estoques no mercado internacional. O segmento da metalurgia também teve um recuo intenso no ano (-10,6%). Em destaque, o setor de minerais não-metálicos avançou 10,2% em 2019 pela influência positiva dos produtos granito talhado ou serrado (inclusive chapas para pias), ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica p/ pavimentação ou revestimento esmaltados, massa de concreto e cimentos "Portland“. O desempenho do setor de minerais não-metálicos teve impulso maior também pelo avanço das exportações de rochas manufaturadas.

A retomada da produção industrial do país e no Espírito Santo depende da recuperação da economia brasileira, que apesar de avanços no mercado de trabalho e na renda em 2019, ainda ocorre de forma lenta. Para um maior impulso da produção em 2020 faz-se necessária a recuperação das indústrias extrativas. O contexto macroeconômico de queda das taxas de juros e redução da inflação com uma maior oferta de crédito geram expectativas de expansão do consumo doméstico e de melhora da demanda interna em 2020. Também são esperados efeitos positivos das reformas estruturantes para o aumento dos investimentos. Contudo, o cenário econômico internacional inspira cautela, com a elevação das incertezas e contração da demanda, apesar de algum efeito positivo da alta do dólar sobre os preços dos bens exportados. 


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Vanessa Avanci

Economista, doutora em Economia pela UFF. Analista sênior do Observatório do Ambiente de Negócios, escreve sobre conjuntura econômica e atua realizando estudos e pesquisas sobre a indústria, comércio exterior, produtividade e inovação.