As quedas da taxa Selic e dos juros reais no Brasil são destaque no Boletim de novembro

A Seção Destaque que abre o Boletim Econômico Capixaba de novembro traz reflexões sobre o mais baixo patamar da Selic (5,00% a.a.) e dos juros reais (1,13%) na história do Brasil.

A Selic, taxa básica de juros da economia, é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação e possui influência nas demais taxas praticadas no país, como as de captação e as de aplicação.

A queda da taxa de juros vai aproximando o Brasil dos padrões internacionais de juros reais dos países mais desenvolvidos, e provoca efeitos em diversas frentes da economia real, como o mercado de crédito, a dívida pública e os investimentos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a política monetária tem sido importante para o apoio ao crescimento nas economias avançadas e nas emergentes, devendo ser acompanhada de respaldos fiscal e regulatório que visem estabilizar o sistema financeiro, e também da realização de reformas estruturais para aumentar a produtividade, melhorar a resiliência e reduzir a desigualdade.


Cenário Econômico

O indicador de atividade econômica do Brasil (IBC-Br) indica alta de 0,99% no acumulado em 12 meses até setembro. Para o indicador do Espírito Santo no mesmo período registra-se elevação de 0,09%.

Em outubro a inflação brasileira alcançou 2,54% no acumulado em 12 meses, descendo abaixo do intervalo de tolerância (2,75%) do centro da meta (4,25%) de inflação para 2019. Na região metropolitana da Grande Vitória o IPCA em 12 meses até outubro acumula 1,71%.

Mercado de Trabalho

A taxa de desocupação medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Trimestral apresentou queda no 3º trimestre de 2019, tanto para o Brasil (com 11,8%) quanto para o Espírito Santo (10,6%).

Desempenho Industrial

Os indicadores da Pesquisa Indústrial Mensal - Produção Física (PIM-PF) do IBGE mostram que no mês de setembro a indústria nacional cresceu 0,3% e a capixaba 2,5%, em comparação a agosto. Considerando a variação acumulada em 12 meses, o Brasil apresenta retração de -1,4% na produção da indústria, enquanto para o Espírito Santo o indicador chega a -8,7%.

Comércio Exterior

As balanças comerciais têm saldo positivo de US$ 34,9 bilhões para o país e de US$ 2,5 bilhões para o estado no acumulado do ano até o mês de outubro.

Crédito

O país registrou alta mensal de 1,0% no volume total da carteira de crédito em setembro, enquanto o estado teve crescimento de 0,4%. Na variação interanual, o Brasil acumula elevação de 5,8% em relação a setembro de 2018, e o saldo de crédito capixaba sobe 7,9%.

Ainda em setembro, destaque para a queda da taxa média de juros e do spread no país, alcançando 25,1% a.a. e 19,4% a.a., respectivamente,

Finanças Públicas Estaduais

No acumulado do ano até outubro, o Governo do Espírito Santo chegou a R$ 15,8 bilhões arrecadados, e no caso das despesas liquidadas, o total foi de R$ 11,6 bilhões.

Outro ponto de destaque e impacto para as finanças públicas estaduais foi a aprovação da proposta da emenda constitucional da reforma da Previdência do Espírito Santo.

    O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação mensal do Ideies sobre a conjuntura econômica do Espírito Santo e do Brasil. Além das seções fixas sobre temáticas conjunturais, todos os meses são trazidos um assunto em destaque ou um texto de um especialista convidado.

Confira a íntegra do Boletim de novembro com as análises sobre cenário econômico, mercado de trabalho, desempenho industrial, comércio exterior, crédito e finanças públicas clicando aqui (PDF).

Confira todos os gráficos e tabelas desta edição do Boletim clicando aqui (Excel).


Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Rodrigo Taveira

Economista (UFES) e Mestre em Administração Pública e Governo (FGV-SP). Atua como Analista de Estudos e Pesquisa Sênior na Gerência de Estudos Econômicos, com foco em estudos sobre conjuntura econômica, finanças públicas e crédito.