A atual estrutura e os desafios da Biotecnologia no Espírito Santo

O Fato Econômico Capixaba do mês de maio aborda as potencialidades e desafios da biotecnologia no Espírito Santo.

No âmbito do projeto de desenvolvimento da indústria capixaba liderado pelo Ideies/Findes e denominado Indústria 2035, a biotecnologia foi priorizada como um setor portador de futuro para o Espírito Santo.

Enquadrada como um setor emergente, em virtude do atual patamar de difusão e aplicação nas indústrias capixabas, a Biotecnologia é vista como fundamental no horizonte temporal até 2035 e adiante.

Uma importante indicação da quantidade e qualidade da inovação em determinada localidade pode ser representado pelo número de patentes. A série histórica dos pedi-dos de patentes brasileiras em biotecnologia demonstra uma diferença de trajetórias entre os depósitos e as concessões, o que provavelmente reflete o tempo médio de aprovação junto ao INPI, em torno de 10 anos. O avanço verificado nos depósitos após 2004 repercutiu no número de concessões a partir de 2013.

Considerando o recorte de áreas correlatas à biotecnologia proposto no estudo de Freire (2014) e atualizado pelo Ideies, é possível dizer que o Espírito Santo apresenta participação condizente com seu porte no que diz respeito aos cursos de graduação, pós-graduação e pesquisadores atuantes nessas áreas. 

No entanto, apesar de já contar com estruturas específicas da área de biotecnologia, como curso técnico, mestrado e doutorado, além de diversos laboratórios de pesquisa, o Espírito Santo ainda não conta com um curso de graduação em Biotecnologia, por exemplo.

A viabilização de parques tecnológicos no Espírito Santo, a exemplo do que ocorre com sucesso em estados como Santa Catarina, também seria uma importante mola propulsora para diversos setores e empresas com alto potencial inovativo, como é o caso da biotecnologia.

O desenvolvimento da Rota Estratégica de Biotecnologia 2035 desponta como projeto importante para o setor no Espírito Santo, cumprindo uma função fundamental de facilitar a integração entre os atores da academia, governo e setor produtivo.

A partir disso, é esperado que os agentes que compõem o setor sejam capazes de avançar juntos, de forma coordenada e otimizada, a partir de ações de curto, médio e longo prazo, em direção a uma visão de futuro que possibilite consolidar a biotecnologia como uma atividade protagonista na economia do Espírito Santo.


Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Rodrigo Taveira

Economista (UFES) e Mestre em Administração Pública e Governo (FGV-SP). Atua como Analista de Estudos e Pesquisa Sênior na Gerência de Estudos Econômicos, com foco em estudos sobre conjuntura econômica, finanças públicas e crédito.