A alta no preço do minério de ferro impacta as exportações capixabas no primeiro bimestre de 2019

No Espírito Santo as exportações referentes ao primeiro bimestre de 2019 totalizaram US$ 1,3 bilhão, ultrapassando em 16,3% o realizado no mesmo período de 2018 (US$ 1,1 bilhão). Esse aumento foi resultado do avanço na comercialização de produtos básicos, em 50%.

Contribuíram para esse aumento os bons níveis de vendas dos minérios de ferro e concentrados, produto com maior participação (34%) na pauta capixaba no primeiro bimestre de 2019, óleos brutos de petróleo e café não torrado em grão.

O minério de ferro já apresenta cotações com preços elevados no mercado internacional. Especialistas do mercado explicam que a abrupta redução na produção da Vale, uma das maiores empresas do mundo no segmento, tem pressionado a elevação do preço do minério de ferro, devido à reduzida oferta no mercado internacional, e essa trajetória deverá se manter durante o ano, podendo chegar a US$ 90 a tonelada nos próximos meses.

O último incidente com rompimento de barragem de rejeitos, em janeiro de 2019, resultou na suspensão produtiva de nove minas e duas pelotizadoras da Vale, que segundo estimativas do Citibank terá a produção reduzida em 40 milhões de toneladas de minério de ferro no ano corrente. E as duas usinas produtoras de pelotas, Fábrica e Vargem Grande, representam uma perda produtiva de 11 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro.

Em se tratando das empresas mineradoras espalhadas pelo mundo, verifica-se a grande importância da Vale, que está presente no Espírito Santo, e ocupa a quarta posição em nível mundial e primeira em nível nacional. Outras grandes mineradoras mundiais como BHP e Rio Tinto já operam em níveis altos de produção, fato que impacta na oferta desse mineral para o mercado consumidor.

No Brasil, as exportações em 2018 (US$ 20,2 bilhões) superaram o ocorrido em 2015 (US$ 14,0 bilhões), período antes do desastre de Mariana.

No Espírito Santo o cenário é outro, devido às exportações em 2018 (US$ 2,9 bilhões) ainda não terem recuperado o patamar ocorrido em 2015 (US$ 3,5 bilhões), anterior à paralisação da Samarco. Evidenciando a importância dessa empresa no contexto econômico e produtivo do minério de ferro capixaba.

O Espírito Santo respondeu por 14,4% do total de minério de ferro exportado no Brasil, em 2018. E comparado às exportações totais do estado (US$ 8,8 bilhões), 33% estão concentradas nesta commodity.

Ao abrir os destinos das exportações do Espírito Santo, foram 31 países que adquiriram o minério de ferro capixaba, de 2015 a 2018. Desse total, destacam-se os cinco principais parceiros, que alcançam uma participação de 56,8%, no último ano. As participações dos quatro primeiros, Egito, Japão, Argentina e EUA, são bem próximas. Porém, ao analisar o breve histórico, evidencia-se o ganho de mercado do Egito, que salta de uma aquisição de 2,8% em 2015 para 15,3% em 2018. Confira mais detalhados na publicação completa do Boletim Econômico Capixaba de março de 2019.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Taíssa Soffiatti

Graduada em Ciências Econômicas pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Econômicos, com foco em estudos sobre conjuntura econômica, comércio exterior e temáticas relacionadas com a indústria.